20 de agosto de 2012

O coração trouxe-me até aqui...

Vista aérea de Muaná

Quatro anos em Muaná, parecem muitos mais. O coração que trouxe-me até aqui, vim por amor e acabei gostando do local, realmente aqui é o paraíso. Aprendi muitas coisas neste lugar, muitas aventuras e tristezas também que não valem a pena ser mencionadas. Me sinto mais forte, menos ingenua  mas chorona continuo a mesma, acredito que se parar de chorar perco a humanidade que existe em mim. Já não tenho medo de expressar-me, já nem tenho mais medo de aranha de tantas caranguejeiras enormes que tem por aqui, conheço muitas pessoas, claro que a ilha é pequena. Uma época me chamavam de pavulagem (metida) muitos mudaram de opinião outros não, mas quem consegue agradar a todos? 
Já vi botos pulando no rio, uma manada deles, macacos saltando nas arvores e já convivi com bichos preguiça, tartarugas e traquejas ( tipo de tartaruga pequena e carnívora). 
O brasil é muito rico em culturas, os Paraenses tem uma cultura bem diferente da nossa lá do sul, suas comidas são maravilhosas, pato no tucupi, tacacá, maniçoba, acaí, arroz paraense e vatapá que particularmente adoro. As frutas são o caju, beribá, cupuaçu, jambo,magostão, taperibá e muitas mais. Suas pimentas e temperos. O turu que é como um cupim dos rios, são criados em troncos de madeira submersos nos rios, lembro-me quando deram-me para experimentar pensei: " Eles comem minhoca" mas é o que parecem minhocas branquinhas em um caldo cozido, fiquei apavorada, mas não queria fazer desfeita e provei, na real adorei e hoje como muito quando é época. A maniçoba não gostei, mas como, quando me é oferecida. É folha da macaxeira ( aipim ou mandioca) cozida por sete dias seguidos, dia e noite. O povo é um pouco desconfiado, quando se tornam amigos, é para toda vida. Adoram festas, fazem festas por qualquer motivo, suas danças são lindas de se ver, as musicas são o brega e melodi, as quais não me agradam muito, pelo som alto e ensurdecedor, aqui não existe volume minimo e as festas são de arrasar, o carnaval é enlouquecedor, mas muito bonito. O bloco Arena Show é o mais popular. No Círio de Nazaré a cidade praticamente para, é um dos eventos mais grandioso do estado. A religião predominante é a Católica, mas esta quase perdendo para as igrejas evangélicas, muitas pessoas estão se debandando.   Apesar de ter o ensino muito fraco, percebo que eles tem sede do saber e levam o estudo muito a sério, vejo também muitas pessoas com desejo de ir embora para outras cidades, geralmente os pais mandam seus filhos para estudar em Belem. O trabalho é escasso, tem a prefeitura que contrata funcionários pelo concurso e cargos comissionados, tem a fabrica de palmito a qual meu marido gerencia com uns cinquenta funcionários ou até menos quando param de cortar o palmito porque é época de colher as frutinhas do acaí, pois o lucro com o acaí é muito mais do que com o corte do palmito. Aqui tem somente duas estações o inverno e o verão. O inverno é de Janeiro até Junho mas a temperatura não desce, é a época que chove muito, mas o calor é o mesmo. O verão é de julho a Dezembro, o calor é imenso e quase não chove, mas quando chove parece que vai acabar o mundo. Eu adoro o sol, apesar de nascer em uma das cidades mais frias, sou muito friorenta, sou movida ao sol, como um girassol. Não posso deixar de comentar sobre o respeito com os mais velhos, aqui os filhos pedem benção para os pais, avós, padrinhos e tios. Eles falam mamãe e papai sempre e não são só os pequeninos os adultos também, beijam a mão de seu parente quando vão  se cumprimentarem. acho o gesto mais lindo do mundo. Nosso sotaque é bem diferente e no começo não conseguia comunicar-me com as pessoas, eles falam muito rápido e em algumas situações ficava constrangida por não entender, agora é moleza, porque até peguei alguns de seus costumes. " Mana não te contei" mana é a palavra que mais uso, devido a uma amiga me chamar assim, se um dia comentar e chamar alguem de mana ou mano não pensem que é uma gíria de malandro pois não é, costume paraense de chamar um amigo mais chegado.
E o carapanã sabes o que é? vou deixar vocês descobrirem por si mesmos, pois quando meu marido e me ligou dizendo que os carapanãs estavam acabando com ele, fiquei horrorizada querendo saber se eram os índios, o santa ignorância a minha. Mas vamos ver se acertam de imediato ou vão procurar na net como eu. rs.
A cidade é movida a gerador, portanto quando falta luz acaba a água da torneiras também, pois as bombas para puxar a água dos poços são movidas a energia destes geradores. Só hoje faltou duas vezes a luz, é comum ficarmos sem luz, geralmente duram umas duas horas até consertarem os geradores. Esta semana compramos um gerador aqui para casa, pois sem energia não dá para aguentar o calor e ainda tem os carapanãs.
Não poderia deixar de festejar este dia vinte de agosto, minha chegada em Muaná uma das ilhas do marajó. Estou aqui por amor, só por amor, não aguentaria ficar longe, não sei viver de outra maneira que não seja pertinho de quem amo. 
Apesar de não ter luz e água o tempo todo, de ficar sem internet e telefone, ainda assim não iria embora daqui, pode ser que um dia voltaremos morar em nossa cidade novamente, quem poderá dizer é o tempo, por enquanto continuo colocando nossos destinos nas mãos de Deus. 
Espero não os ter aborrecido com meu texto repetitivo escrevendo sobre Muaná. Não queria deixar passar em branco minha alegria em estar aqui, teve tantos contratempos, mas ainda continuo a dizer que para o amor não tem fronteiras, muito monos o impossível e não importa onde morarmos o importante é estar bem com quem moramos.



Aproveitando o post de hoje para escrever sobre o plagio, dando uma força para a mais nova amiga Van do blog Retalhos do que sou, que sofreu recentemente plágios de seus textos, que por sinal lindos textos.

Não acredito que alguem possa copiar meus textos, pois nem são tão interessantes assim, mas vejo textos lindos em outros blogs, idéias super divertidas, claro que tem dias que você esta sem inspiração no momento de postar alguma coisa, então não escreva nada, deixe como esta. Muitas vezes as idéias surgem aos montes mas não temos o dom de colocá-las em versos e rimas, não são todos que os tem. Achou um texto tão lindo que gostaria de colocá-lo em seu blog? Que tal homenagear a pessoa que o fez e colocar o texto em seu blog ou qualquer outro espaço e dar-lhe os devidos créditos? Seria muito nobre este gesto e o dono do texto iria ficar alegre por ser reconhecido. Não posso dizer que sou um exemplo neste blog, pois postava muitas coisas não sendo minha, um dia minha filhinha me disse que ela não gostava de postar coisas dos outros, queria fazer um blog com seus próprios pensamentos, Foi quando perguntei a ela do porque que havia abandonado seu blog, disse que estava bloqueada, como assim? Bloqueio de idéias, de como colocar seus conflitos em um papel. Então mesmo que meus textos sejam muitas vezes sem graça, eles são meus, totalmente meus e originais. Quando começamos a conhecer mais os donos dos blogs amigos, já conhecemos a maneira como o outro escreve e percebemos quando o texto é seu ou não. Cada um tem uma maneira de escrever, é uma diversividade de textos.
É uma falta de vergonha ou melhor de caráter uma pessoa pegar um texto alheio mudar algumas palavras e postar como se fosse seu. Como já li em uma imagem, plagiar é assinar seu estado de burrice.